Investigações inadequadas comprometem a credibilidade das instituições.
O jornalista Guilherme Amado deve ter juntado irresponsabilidade, desonestidade, falta de critério, parcialidade e má-fé, quando noticiou para o Site Metrópoles que o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, teve a entrada em Orlando, nos Estados Unidos, registrada em 30 de dezembro de 2022. Ele nunca se desculpou mesmo quando soube das inúmeras evidências apresentadas pela defesa, de fotos a comprovantes de voos domésticos, que atestavam a permanência de Filipe Martins no Brasil.
De nada adiantou, a Procuradoria Geral da República ter pedido a soltura de Filipe Martins por falta de provas. Ele permaneceu na cadeia e, depois de longos 6 meses foi solto e obrigado a usar tornezeleira eletrônica, com o constrangimento e desconforto que o aparelho causa. Agora, a Polícia Federal voltou atrás em sua versão sobre a entrada dele nos Estados Unidos.
Nossas ditas autoridades sustentam que Filipe Martins teria simulado registros de entrada lá, com o objetivo de evitar a prisão. Seu calvário continua porque ele acaba de ser indiciado pela mesma PF e enfrenta acusações graves, o que sua defesa nega com veemência. Não é novidade, mas no cipoal de ilegalidades em que vivemos, a defesa de Filipe Martins alega que o devido processo legal e suas garantias fundamentais estão sendo constantemente violados. Em um tom desafiador, a defesa reafirmou que a inocência de Filipe Martins será provada.
Atravessamos aquele trecho do pântano,
em que as acusações podem ser vistas como fruto de interesses que vão além da
aplicação da lei e seus fundamentos nunca são claramente apresentados. Nestes
momentos é afloram as percepções de arbitrariedade ou abuso de
autoridade. Mais que passou da hora de a sociedade exigir mais transparência,
para entender a base das acusações. Mais que passou da hora de garantir aos
advogados a defesa adequada e o direito ao contraditório, de maneira a evitar
as injustiças disseminadas nesse nosso arremedo de Poder Judiciário.
Vicente Lino.
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