quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 A anistia é o caminho para a pacificação do Brasil.



Na semana passada, Francisco Wanderley Luiz, morreu vítima da explosão de um dos rojões, depois de lançar fogos de artificio em direção à estátua da justiça, na praça dos Três Poderes. Pouco antes, ele havia publicado em suas redes sociais, críticas ao STF, ao presidente Lula e aos presidentes da Câmara e do Senado. 

 O caso é trágico e levanta questões sensíveis, tanto no âmbito da segurança pública quanto no campo político e social. Antes da enxurrada de opiniões que inundaram as redes sociais e a imprensa, é fundamental que haja uma investigação rigorosa, conduzida por autoridades competentes, para determinar os fatos e as motivações do ato.

 É preciso evitar julgamentos precipitados. Entretanto, ainda no início das investigações, Alexandre de Moraes afirmou que “o contexto se iniciou lá atrás, quando o ‘gabinete do ódio’ começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF, principalmente contra a autonomia do Judiciário”. É assustador, mas de acordo com reportagem do G1, outros ministros do STF afirmaram: "não vamos permitir que ousem debater anistia depois disso”.

 E dispararam telefonemas para os líderes mais importantes da Câmara com o mesmo recado. A anistia ao longo da história do Brasil colaborou como instrumento político e de pacificação. Getúlio Vargas concedeu anistia a militares rebeldes, como forma de integrar lideranças dissidentes ao novo governo. A Lei da Anistia, do Regime Militar perdoou opositores do regime, como ativistas, guerrilheiros, artistas e jornalistas. Dilma Rousseff concedeu anistia a bombeiros do Rio de janeiro, que corriam risco de serem expulsos da corporação. Além de policiais e bombeiros da Bahia, Ceará, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte e outros estados. 

 A história do Brasil demonstra que anistias ajudaram a superar ciclos de confronto e contribuíram para a pacificação de seu povo. Chamar o 8 de janeiro de golpe de estado e conectá-lo a morte de Francisco Wanderley não contribui com a paz. Para que a democracia seja defendida de forma convincente, é fundamental que ela não seja apenas um discurso, mas uma prática que garanta direitos e imponha deveres ao conjunto da sociedade. A anistia é o caminho para a pacificação do país.

Vicente Lino.

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