quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Um sistema nunca muda quando os responsáveis pela mudança são seus maiores beneficiários,



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Sabemos todos que o atual sistema político é o responsável pelo nosso baixo desenvolvimento social e econômico, com reflexos negativos na educação, saúde e segurança pública. Sabemos também, que na maioria das vezes, nossos parlamentares operam visando seus próprios interesses e são comandados por partidos e coligações agarrados de tal maneira ao poder, a ponto de ignorar a vontade popular.

Uma vez eleitos adotam um comportamento acadelado. Aliado ás falhas do sistema de representação, esse político vai se manter no poder, quase que infinitamente. A sociedade que quer e precisa operar uma mudança radical, se depara com o fato de que os próprios parlamentares, que se beneficiam do quadro atual, são os que têm o poder formal de mudar o sistema.

Nesta toada, a gente enfrenta um dos maiores obstáculos para a realização de uma reforma política significativa. Talvez tenhamos que buscar novos caminhos, ou a coisa nunca muda. Por exemplo, a pressão popular e mobilização social poderia ser capaz de forçar os políticos a repensar suas posições e se alinhar com os interesses da maioria. Um plebiscito ou convenção constitucional, onde a população pudesse votar em propostas para um novo sistema eleitoral ou parlamentar, talvez fosse capaz de diminuir o controle dos políticos tradicionais sobre a criação das reformas. 

Ou um processo de renovação acelerado por meio de partidos novos e candidatos com um discurso mais alinhado com as necessidades reais da população, mudanças nas regras de reeleição e mecanismos mais transparentes de fiscalização da atuação dos parlamentares.

As roubalheiras do “mensalão” e do “petrólão”, além de várias outras comprovam a necessidade de fortalecimento do controle sobre o Estado, mais acessibilidade a dados públicos e punição exemplar aos corruptos, ao contrário do que se verifica nos tempos atuais.

Sem reação, o sistema continuará oferecendo aos eleitores; o pai candidato, depois o filho, o neto, o tio, o sobrinho, a esposa, a filha, a neta e por aí vai. Exatamente o que se verifica nos tempos atuais.

Vicente Lino.

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