Os resultados dessas eleições não aumentam nossas esperanças.
Os
resultados dessas eleições indicam que o “Centrão” irá comandar o maior número
de prefeituras brasileiras e daí influenciar governos estaduais e o governo
federal. O bloco formado pelo MDB, PP, União, Republicanos, PSDB e PSD, que já
era considerado eminência parda no governo federal, continuará ocupando postos-chave
no governo e cargos em diversas estatais, agências reguladoras e outras. E a
coisa só piora porque entre eles, há influência de juízes e de direcionamento
de gastos do orçamento federal.
Vão comandar mais de dois terços dos municípios
brasileiros, municiados que foram por 85% do fundo eleitoral e tempo de
televisão. É pouco provável que essa gente queira mudar alguma coisa. Significaria
abrir mão do poder e seus inaceitáveis privilégios. Sem uma mudança mais
profunda nas regras do jogo político, especialmente no sistema eleitoral e nas
formas de participação cidadã, é difícil que o Brasil consiga realizar as
transformações necessárias para superar as grandes desigualdades e crises que
enfrenta. A crise de representatividade e a ineficiência do Estado em responder
às necessidades da população são sintomas claros de que o sistema precisa de
uma reforma radical e profunda.
Bons exemplos seriam; a implantação do voto
distrital, e o recall que é o mecanismo que dá poder ao eleitor para cassar e
revogar o mandato do político, se ele for incompetente, desonesto ou inoperante.
A sociedade precisa criar mecanismos mais eficazes para a iniciativa popular. Sem
uma mudança mais profunda nas regras do jogo político, especialmente no
sistema, é difícil superar as grandes desigualdades e crises que o Brasil
enfrenta. O pessoal do Centrão nunca vai operar para fortalecer a
responsabilidade política ou reduzir a fragmentação partidária e o fisiologismo.
A iniciativa popular, por outro lado, permite que a população diretamente se
envolva na criação e modificação de leis, sem precisar depender unicamente da
decisão dos legisladores. Na maioria das vezes, o atual sistema defende seus
próprios interesses, com decisões políticas em favor grupos poderosos, como
corporações e lobbies financeiros. Com as exceções de sempre, o bloco formado
pelos partidos do Centrão não vai mudar absolutamente nada.
Vicente Lino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário