quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Os resultados dessas eleições não aumentam nossas esperanças.


Os resultados dessas eleições indicam que o “Centrão” irá comandar o maior número de prefeituras brasileiras e daí influenciar governos estaduais e o governo federal. O bloco formado pelo MDB, PP, União, Republicanos, PSDB e PSD, que já era considerado eminência parda no governo federal, continuará ocupando postos-chave no governo e cargos em diversas estatais, agências reguladoras e outras. E a coisa só piora porque entre eles, há influência de juízes e de direcionamento de gastos do orçamento federal.

 Vão comandar mais de dois terços dos municípios brasileiros, municiados que foram por 85% do fundo eleitoral e tempo de televisão. É pouco provável que essa gente queira mudar alguma coisa. Significaria abrir mão do poder e seus inaceitáveis privilégios. Sem uma mudança mais profunda nas regras do jogo político, especialmente no sistema eleitoral e nas formas de participação cidadã, é difícil que o Brasil consiga realizar as transformações necessárias para superar as grandes desigualdades e crises que enfrenta. A crise de representatividade e a ineficiência do Estado em responder às necessidades da população são sintomas claros de que o sistema precisa de uma reforma radical e profunda.

 Bons exemplos seriam; a implantação do voto distrital, e o recall que é o mecanismo que dá poder ao eleitor para cassar e revogar o mandato do político, se ele for incompetente, desonesto ou inoperante. A sociedade precisa criar mecanismos mais eficazes para a iniciativa popular. Sem uma mudança mais profunda nas regras do jogo político, especialmente no sistema, é difícil superar as grandes desigualdades e crises que o Brasil enfrenta. O pessoal do Centrão nunca vai operar para fortalecer a responsabilidade política ou reduzir a fragmentação partidária e o fisiologismo.

 A iniciativa popular, por outro lado, permite que a população diretamente se envolva na criação e modificação de leis, sem precisar depender unicamente da decisão dos legisladores. Na maioria das vezes, o atual sistema defende seus próprios interesses, com decisões políticas em favor grupos poderosos, como corporações e lobbies financeiros. Com as exceções de sempre, o bloco formado pelos partidos do Centrão não vai mudar absolutamente nada.

Vicente Lino.

 

 

 


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