De novo, o rombo das estatais será pago por todos nós.
Uma olhada nos resultados já divulgados mostra que as contas das estatais federais brasileiras devem fechar 2024 com o maior déficit em 15 anos. Todo mundo, exceto o governo já sabe que o descontrole nas contas compromete a credibilidade do país e o esforço em sanar as despesas públicas. Como o governo só opera para aumentar arrecadação, a gente que paga a conta quer saber quando vai começar o corte de gastos.
De janeiro a agosto, o déficit das empresas estatais federais bateu R$ 3,3 bilhões e a previsão do próprio governo é que fechem o ano em R$ 3,7 bilhões no vermelho. São mais de 100 empresas estatais que devem apresentar o maior rombo desde 2009. O tamanho da incompetência atual é tão grande que em 2022 as estatais apresentaram superávit primário de R$ 88,3 bilhões. Estava em vigor a Lei de Responsabilidade Fiscal criada justamente para estabelecer limites ao endividamento dos governos, evitar a má gestão e garantir que os recursos públicos fossem usados de forma eficiente.
Como se sabe, uma canetada do ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a proibição de ocupar cargos de direção nas empresas contrariando a. regra que consta no artigo 17 da Lei das Estatais. A trapaça permitiu ao governo fazer nomeações para cargos estratégicos fragilizando a administração das empresas, com a ocupação de cargos por pessoas sem o preparo adequado ou ligadas a interesses políticos, o que potencialmente leva a uma má gestão. O resultado disso tudo é que, saímos de um superávit de 88,3 bilhões em 2022 para um prejuízo de 3,7 bilhões de reais este ano. Haja incompetência.
No momento é proibido falar em privatização. Como todo
mundo sabe, a privatização implicaria que essas empresas fossem geridas com
critérios de mercado, eliminando o espaço para interferências políticas e
focando em eficiência e lucro. Do jeito eu está, os gatos gordos do governo
continuarão administrando as empresas que, por sua vez continuarão apresentando
os prejuízos que serão pagos com nossos impostos.
Vicente
Lino.
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