Por covardia, Pacheco e Lira não defendem o Parlamento.
A toda
hora gente ouve falar da necessidade da harmonia entre os três poderes, e há
quem acredite que a melhor maneira é a busca do diálogo com o STF. Por outro
lado, nas raríssimas vezes que o parlamento tenta se levantar é rebatido
duramente pelos ministros. A gente lembra quando o senado aprovou a Proposta de
emenda à Constituição que limita decisões individuais da Corte, Gilmar Mendes
disse que os autores começaram a empreitada
“travestidos de estadistas presuntivos e a encerraram melancolicamente como
inequívocos pigmeus morais.
Cá entre nós, não há como chamar coisa assim de
diálogo. A questão é que a reação que sempre falta deveria vir dos Presidentes
da Câmara e do Senado. Temos agora, o absurdo caso em que o deputado
Marcel van Hattem se tornou alvo de uma investigação por críticas ao delegado
da PF Fábio Shor, braço-direito de Alexandre de Moraes na Polícia Federal. Nem
Arthur Lira, que comanda a casa a que pertence Van Hattem, nem Pacheco, que é o
presidente da casa que tem o dever constitucional de ser o freio aos excessos
do STF, disseram uma única palavra a respeito da perseguição.
Fica então a pergunta: Se os presidentes da
Câmara e do Senado não defendem a imunidade parlamentar, como esperar que ela
seja respeitada pelo STF ou pela PF? Lira e Pacheco sabem que Van Hatten se
tornou alvo do braço punitivo do Estado apesar de todas as suas palavras
estarem sob proteção constitucional, e apesar de tais palavras terem sido ditas
da tribuna de sua casa legislativa. Arthur Lira está cansado de saber que o
Regimento Interno da Câmara diz ser atribuição do presidente “zelar pelo seu
prestígio e decoro, bem como pela dignidade e respeito às prerrogativas
constitucionais de seus membros, em todo o território nacional”.
Se ele tem
medo de denunciar a violação das prerrogativas dos deputados está descumprindo
sua obrigação. Neste caso será o eleitor a chama-lo de pigmeu moral.
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