O HOMEM FAZ PARTE DA NATUREZA.
Em seu blog, "Curiosa Biologia", (recomendo fortemente), o Doutor em biologia, pela USP, Lucas Lecci Lino, descreve a necessidade da nossa interação com a natureza e os seus efeitos para a saúde do homem. Reproduzo o texto para os amigos da coluna:
Homo sapiens, termo que
deriva do latim "homem sábio", proposto por Linnaeus em 1758, ser
humano, ser pessoa, gente ou homem, é a única espécie animal de primata bípede
do gênero Homo ainda viva.
O Homo sapiens surgiu
na África Oriental por volta de 300 mil anos atrás, depois se espalhou para o
leste do Mediterrâneo em torno de 100 mil a 60 mil anos atrás e pode ter
chegado na China há 80 mil anos e as Américas entre 15-10 mi anos, atualmente
os seres humanos estão distribuídos em todo o Planeta Terra.
O ser humano.... infelizmente sempre
sofre uma espécie de “Síndrome de Narciso”, com senso inflado de sua própria
importância (e falta de empatia pelos outros seres vivos) o levou a construir
mitos de si mesmo, como o de considerar-se feito à “imagem e semelhança de
Deus”. É como se toda a evolução biológica que o precedeu fosse uma espécie de
ensaio da natureza para atingir o ápice da perfeição: o surgimento do Homo
sapiens. E com a construção das cidades, os grandes centros, a indústria,
as máquinas, a tecnologia de ir a lua, com todo esse "progresso"
homem se afastou e se afasta a cada dia que passa da natureza que o
criou.
Um levantamento da Escola de Saúde
Pública de Harvard, nos Estados Unidos, revela que morar perto de bosques,
parques, jardins, ter contato com a natureza está associado a uma maior
longevidade e a um menor risco de enfrentar doenças renais e respiratórias e
padecer com a depressão.
Para chegar a tal conclusão, Peter
James e seu time de pesquisadores analisaram o prontuário médico de 108 630
americanas entre os anos 2000 e 2008. Em seguida, compararam o índice de
mortalidade entre elas com o nível de vegetação ao redor de suas casas, em um
raio de 250 m². Descobriram, assim, que as mulheres que moravam perto de áreas
verdes exibiam uma taxa de mortalidade 12% menor.
Ao investigar a causa mortis,
constataram que as habitantes de locais mais próximos da natureza tinham 41%
menos chances de morrer por problemas nos rins, 34% por males respiratórios e
13% por alguns tipos de câncer – convém mencionar que a exposição às plantas
não afetou, para o bem ou para o mal, o número de óbitos por doenças
cardiovasculares e AVC.
James conta que ainda estão apurando as razões dessa proteção natural,
mas já arrisca uma hipótese: “A natureza estimula a prática de atividade
física, reduz a exposição a poluentes, aumenta o engajamento social e melhora a
saúde mental”.
O convívio com a natureza traz
benefícios mesmo quando ela não é de verdade. Em um experimento da Universidade
de Birmingham, na Inglaterra, os especialistas convidaram pacientes internados
a um passeio virtual. Eles tinham apenas de botar óculos 3D e curtir, no ambiente
digital, uma viagem de bicicleta pela costa da ilha britânica. Com a
tecnologia, ouviam o mar, o vento e os pássaros sem sair da cama do hospital.
“Enquanto uns relataram uma incrível sensação de bem-estar, outros
disseram que passaram a dormir mais e melhor”, conta o engenheiro eletrônico
Robert Stone, líder do estudo. “É evidente que a natureza virtual não substitui
a real, mas expor pacientes com dificuldade de locomoção ou portadores de
estresse pós-traumático a cenas com esse conteúdo, em vez de imagens estáticas
ou em vídeo, pode acelerar a recuperação deles”, acredita Stone.
“Não basta criar uma sociedade mais saudável e feliz, é preciso ajudar
na preservação do meio ambiente. Por isso prescrevo vitamina N para os meus
pacientes. A gente só cuida daquilo que ama e quero que eles sejam os
ambientalistas do futuro”, explica.
O compromisso da utilização
responsável dos meios naturais, passa a ser a considerada a única solução para
a salvação da todas as espécies, inclusive a nossa.O respeito ao meio ambiente
é um dever de todos, cabendo a nossos governantes fiscalizar as indústrias
poluidoras, incentivar a reciclagem do lixo, impedindo que este seja lançado na
natureza e, cuidando para que o esgoto não fique a céu aberto ou indo parar em
riachos e rios, comprometendo a saúde dos homens e outros seres vivos. Vale a
pena lembrar que necessitamos dos mesmos recursos para sobreviver que os demais
organismos vivos aqui em nosso planeta.
O Brasil é o único país no mundo a
possuir em abundância as `Sete Matrizes Ambientais`, os insumos vitais para a
sobrevivência e desenvolvimento das sociedades: a água, o minério, a energia, a
biodiversidade, a madeira. Devemos estimular a reciclagem e o controle de
emissão de poluentes, por isto é essencial que as questões ambientais sejam
incorporadas de maneira conscientizadora em todas as atividades desenvolvidas
em nome do "progresso".
Lucas Lecci Lino é Doutor em entomologia pela USP- SP
Sempre busco a divulgação da ciência, fico grato pelo reconhecimento e de ter um leitor de excelente gabarito intelectual.
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