O VÍRUS DO OPORTUNISMO.
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Enquanto
falo, o país inicia o momento de maior preocupação com a crise do coronavírus.
Os especialistas apontam que até meados de abril, poderemos ter extraordinário
aumento de casos, levando ao colapso as redes públicas e particulares de
atendimento. Escrevo no dia 23 de março.
Há o
risco de faltar leitos nos hospitais, testes para a doença, máscaras e respiradores,
dadas as dimensões dessa tragédia que acometeu o mundo todo. Deveria ser esta a
primeira e quase única preocupação dos nossos dirigentes, da nossa imprensa e,
principalmente, de todos nós; cada um atendendo rigorosamente às recomendações
das autoridades. Poderemos experimentar uma catástrofe sem precedentes, caso o
nosso comportamento não se mostre compatível com a gravidade da situação. Mais
importante ainda deverá ser, obrigatoriamente, o comportamento dos políticos e da
imprensa. Esta, cumpre importantíssima missão, ao informar de forma clara e objetiva,
sem extrapolar suas preferências partidárias, que devem ser deixadas de lado.
Em 35 países, 1 bilhão de pessoas estão
confinadas em suas casas, incluindo aí, 600 milhões, por ordens obrigatórias de
seus governos. Já foram contabilizadas quase 15.000 mortes em todo o planeta.
No Brasil, foram registradas, até agora, 25 mortes e 1.546 casos confirmados.
Deveria
ser motivo suficiente para que o governo, em seus três níveis, mais a imprensa
se unissem, de forma apartidária, buscando soluções para a crise. Não é o que
se observa. Infelizmente a banda podre da imprensa só vê erros na condução da
crise. As referências voltam ao passado quando o problema é muito urgente,
muito grave e está no presente. Recuperam falas de um passado distante, para se
contrapor às providências que hoje são tomadas, no calor dos acontecimentos,
para uma crise nunca enfrentada no Brasil.
Se
contrapõem à quase todas as medidas sem, contudo, apresentar uma única proposta
que seja capaz de, ao menos, minorar a crise. Só atacam e nunca apresentam
sugestões.
O debate, na classe política, sobre a alocação
dos recursos é, como sempre, rasteiro, pobre e claramente oportunista. Além do
que, apesar momento de tanta apreensão,
continuam a utilizar daquela terrível máxima que diz; “farinha pouca, meu pirão
primeiro”.
A ignomínia chega ao absurdo de se preferir manter os recursos para
o famigerado “fundão partidário”, ao invés, de aplica-los contra a pandemia e
salvar vidas.
A banda podre da política e da imprensa está se revelando, de
forma cristalina e deve permitir que, passada a grave crise, o povo tenha
elementos para apear do poder, pelo voto, os políticos oportunistas de hoje,
que, não por ironia, são os mesmos de sempre. Além do que, será a oportunidade
para examinar, com mais cuidado, nossas preferencias às emissoras que mais
honestamente terão se comportado nessa tragédia. A pandemia vai passar e até já
se sabe quando.
Venceremos esse vírus, choraremos nossas vítimas e esqueceremos
essa tragédia. O pior é que temos um vírus que nos ataca desde sempre e, até
hoje, não conseguimos erradicar. É o vírus dos oportunistas, para o qual parte
da classe política e da imprensa sempre se mostra positivo e insiste em nos contaminar.
Ótimo texto, concordo com você em relação aos políticos e ao fundo partidário ,incluindo aí os 2 vi das eleições.
ResponderExcluirGrato por comentar, caro Francisco.
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