Rodrigo Pacheco, entre a prudência e a conivência com o arbítrio.
Vale lembrar que, em 2021, o pedido de
impeachment contra o mesmo ministro, capitaneado por Caio Copolla recebeu mais
de 4 milhões de assinaturas. Além do que, dos 77
pedidos registrados entre 2019 e 2023, Moraes é citado em 40 deles, equivalente
a mais da metade. Agora, após a solicitação de mais um impeachment feito
por senadores e deputados da oposição, Rodrigo Pacheco assegurou que irá
examinar o caso com toda a prudência, em respeito aos colegas que protocolaram o
pedido.
Liderada principalmente pelo senador Eduardo Girão e pelos deputados
federais Coronel Meira, Gustavo Gayer e Bia Kicis, a acusação de abuso de poder
e violação de direitos constitucionais, desta vez vai contar com a prudência de
Rodrigo Pacheco. Talvez ele considere prudente deixar de lado a violação dos
diretos humanos e o abuso de poder.
Ou a prevaricação que desencadeou a morte
de um brasileiro na cadeia, além da violação das prerrogativas de advogados.
Depois de engavetar dezenas de outros pedidos, a prudência de Pacheco talvez
não enxergue nada de errado, em um juiz desconsiderar parecer da PGR nas
prisões do 8 de janeiro, ou ordenar prisão preventiva para obtenção de delação
premiada.
Se um dia Rodrigo Pacheco andar com a coluna ereta, talvez entenda
que a lei que obriga conceder liberdade provisória para quem tem problemas de
saúde grave nos casos do 8 de janeiro é a mesma que proíbe a dilatação das
prisões e a violação de direitos políticos dos parlamentares. Como é advogado,
Rodrigo Pacheco sabe de tudo isto e, sem atender aos anseios da sociedade,
estará transformando a prudência na mais imprudente e abjeta conivência com o
arbítrio.
Vicente
Lino.
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