quinta-feira, 18 de agosto de 2022

  SUAS EXCELENCIAS GASTAM 2 BILHÕES EM INDENIZAÇÕES.

Por Vicente Lino


Toda hora os fatos comprovam que temos duas classes de cidadãos no Brasil. O povo que paga a conta e a moçada que vive encastelada nos poderes da república. Vale lembrar o noticiário recente sobre mais uma do Judiciário. Como se sabe, o órgão consome anualmente 100
bilhões do nosso suado dinheiro. Não se sabe como colocar freio nessa gente, pelo simples fato de que cabe ao Poder Judiciário elaborar sua proposta orçamentária. Aí, o STF aprova os gastos na esfera federal e os Tribunais de Justiça aprovam os gastos nos estados. Como se vê é fácil. Eles aprovam o orçamento e eles mesmo gastam o dinheiro. Fica parecido com o Congresso quando decidiu criar o fundão eleitoral e depois aumenta-lo para 6 bilhões. A gente que paga fica de fora.

 Por isto mesmo e por estar previsto nas leis que fazem para si próprios, os cinco maiores tribunais do país gastaram R$ 1,4 bilhão de reais em pagamentos retroativos e R$ 870 milhões em indenizações de férias. Essa imoralidade acontece, num momento em que o governo federal busca recursos para pagar o Auxilio Emergencial tentando, ao menos, mitigar os males sofridos por boa parte da população, por conta da pandemia da Covid-19. Conforme reportagem de Lucio Vaz, para a Gazeta do Povo, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais pelo menos 10 juízes receberam pagamentos extras em torno de R$ 1,7 milhão mil reais cada um! Entre retroativos, indenizações de férias e férias-prêmio, o tribunal torrou R$ 1 bilhão e duzentos milhões de reais.

 Os campeões mineiros destes inaceitáveis gastos foram os desembargadores Lauro Bracarense (R$ 1,75 milhão), Paulo Tinoco (R$ 1,75 milhão) e Lauro Pacheco Filho (R$ 1,74 milhão). Questionado sobre essa dinheirama toda, num momento de escassez de recursos, o Tribunal de S. Paulo afirmou que “as medidas contingenciais adotadas para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 foram detidamente analisadas refletindo na possibilidade de pagamentos de verbas retroativas para magistrados e servidores”. A tradução do palavrório é o seguinte. A gente gasta quanto quiser e vocês pagam calados. Pensando bem, do jeito que as coisas andam, a resposta poderia ser até bem pior.

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