O DESABAFO REVELADO.
Sua
excelência, o Ministro Celso de Melo, decidiu liberar a gravação, quase que
integral, da reunião ministerial do dia 22 de abril. Antes disto, a nossa
laboriosa imprensa, com as exceções de sempre, já trombeteava o apocalipse.
Mais
uma vez estaríamos à beira do precipício, o conteúdo seria bombástico, não
ficaria pedra sobre pedra e o governo seria demolido. Li, não sei onde, que a
substituição de Bolsonaro por Mourão nos conduziria, mais rapidamente a um país
melhor. Coisa de louco.
Muito bem, Sr. Celso. A gravação foi
escancarada pra todo mundo ver e ouvir e o país e o presidente continuam no
mesmo lugar. Os diversos times de comentaristas, também continuam no mesmo
lugar. Ouviram uma coisa e entenderam outra muito diferente. Talvez fosse o
caso de se perguntar pra essa gente se não se lembram que o homem foi escolhido
por quase 58 milhões de eleitores, justamente por conta desse discurso.
Tosco,
raivoso, pouco educado, mas nada diferente do que seria se ouvíssemos uma
reunião de governadores, falando sobre o presidente. Bateu duro cobrando dos
ministros o alinhamento com suas ideias e com o seu governo. Não deveria ser
assim? Ministros devem mesmo, se alinhar ao governo a que servem, ou não?
Considerou
insuficientes as informações que vem recebendo dos órgãos de inteligência. E
daí? Cobrou mais segurança para os filhos e a família e lembrou, mais uma vez,
do famoso e estranho tratamento que tem sido dado ao caso Adélio, que o
esfaqueou em cena aberta. E por aí vai.
No mais, foi o Bolsonaro de sempre,
como diz Fernão Lara, em sua coluna; “tudo que passa por baixo
daquela chuva de palavrões é a evidente boa-fé de um homem acuado e sua
sintonia com o Brasil Real. O que se ouviu ali sobre Brasília e seus habitantes
é o que se ouve o tempo todo nas ruas do Brasil.”
Lara Mesquita diz mais e corrobora o que aqui
se defende, quando afirma que “Os fatos não mudam e tentar falseá-los na sua
dimensão ou no seu significado é esforço que não passa incólume. No frio do dia
seguinte então, soa patético. O leitor e o espectador têm uma sensibilidade
fina para isso e cobram caro pelos abusos e violações” Ótimo.
Seguiremos, ainda algum tempo, assistindo às exibições do destempero verbal do
presidente e da ênfase que nossos tais comentaristas dão ao fato. Dá pavor
ouvir integrantes do governo anterior deitando falação sobre a reunião, como se
tivessem alguma moral, depois do que fizeram ao país e, principalmente no
estado que o deixaram. Felizmente, o brasileiro comum começa a perceber a
diferença entre o fato e o que é divulgado, sobre a vida real e a bolha em que
vive uma pequena parcela da população. E, principalmente começa a cobrar os
direitos que pouco a pouco lhe vêm sendo surrupiados. O que se pede é apenas o
direito de trabalhar, de produzir de seguir a vida, de preferência com
informações seguras e imparciais. Mais uma vez, Lara Mesquita; “O país que trabalha e o país que
precisa trabalhar sabem exatamente o que é importante e o que é só barulho mal
intencionado. Ladrem os cães quanto ladrarem a caravana seguirá passando”.
Que Deus nos ouça.
Vicente Lino
Aquilo foi uma baixaria que não quero nem perto de minha casa, tantos palavrões que se quer pronunciei em minha vida. Não uma reunião de gabinete de governo.
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