quarta-feira, 6 de maio de 2020

A SAÚDE NOSSA DE CADA DIA.


Talvez seja o caso de se afirmar que, definitivamente, não sabemos lidar com o problema da saúde no Brasil. Mesmo sem a pandemia, o caos sempre esteve instalado nos hospitais, pelo Brasil afora. Com a covid-19, aí sim, escancaramos nossas deficiências. A política, em momentos assim expõe o que tem de pior, como se conseguisse ser melhor em algum momento. Logo de cara, o vírus foi politizado transformando-se em sonhado cabo eleitoral para os desalmados de sempre. E tome discurso eleitoral, em meio às mortes e à dor sofrida pelo brasileiro comum. A discurseira continua ocupando o noticiário das TVs, o dia inteiro. 
 Incansavelmente, os tais gestores (candidatíssimos) apregoam providencias que nunca são tomadas, medidas que nunca são pensadas e atitudes de flagrante desrespeito com a população. Tudo à cata do voto esperado voto. Governadores se aproveitam da pandemia e tentam incluir no projeto de ajuda do governo central, todos os absurdos cometidos, nos maltratados orçamentos, na contratação excessiva de apaniguados, na concessão de obscenos aumentos salariais e, claro, no já conhecido avanço aos cofres públicos.

 Como se não bastasse, agora superfaturam o número de mortos e infectados, de olho nas verbas. Não surpreende a quantidade de casos, já descobertos pela Policia Federal, com indícios de superfaturamento, na compra de equipamentos de proteção. A PF já bateu nas portas das prefeituras de Aroeiras, na Paraíba, em Manaus e no Ceará. 5.5 milhões foram apreendidos, em desvios da saúde, no Maranhão. Na cidade de J. Pessoa, segundo os jornais locais, máscaras foram adquiridas pelo dobro do preço. Nada surpreendente. A coisa é tão estapafúrdia, que, no Senado, há um projeto que propõe dobrar as penas por desvio de recursos públicos, em períodos de calamidade pública. Enquanto isso, funcionários trabalham sem receber salários, conforme relato das UPAs e Clínicas da Familia, no Rio de Janeiro.

 É um somatório de incompetência que tem como resultado, a multiplicação de cadáveres. Como a coisa só piora, a justiça decidiu liberar prisioneiros, por conta do doença. Assim, o narcotraficante e chefe de organização criminosa, Valacir de Alencar, condenado a 76 anos de prisão, foi libertado, rompeu a tornozeleira e está por aí cometendo novos crimes. O Senado tentou suspender a recomendação da soltura de presos perigosos, com um mandado de segurança. A ideia foi rejeitada pelo Ministro Marco Aurélio Melo. As facções devem estar soltando foguetes. O médico, Roger Abdelmassih, condenado a 173 anos, por estuprar centenas de mulheres, está agora na sua mansão, em prisão domiciliar. Logo ali na frente está uma grave crise econômica nos esperando, por conta dos necessários gastos com a pandemia.

 Agora, a Câmara acaba de derrubar a única exigência feita pelo governo, para a liberação de 60 bilhões aos governos estaduais. Pretendia-se que o funcionalismo ficasse sem aumento de salário, pelos próximos 18 meses. Não passou! Quem nunca pode perder o emprego, também tem que ter os salários regiamente corrigidos, com o dinheiro de todos nós, que pagamos a conta. Os outros que se arranjem sem emprego e claro, sem dinheiro para sobrevivência sua e de seus familiares. É ultrajante!

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