A SAÚDE NOSSA DE CADA DIA.
Talvez seja o caso de se afirmar que, definitivamente, não sabemos lidar
com o problema da saúde no Brasil. Mesmo sem a pandemia, o caos sempre esteve
instalado nos hospitais, pelo Brasil afora. Com a covid-19, aí sim, escancaramos
nossas deficiências. A política, em momentos assim expõe o que tem de pior,
como se conseguisse ser melhor em algum momento. Logo de cara, o vírus foi
politizado transformando-se em sonhado cabo eleitoral para os desalmados de
sempre. E tome discurso eleitoral, em meio às mortes e à dor sofrida pelo
brasileiro comum. A discurseira continua ocupando o noticiário das TVs, o dia
inteiro.
Incansavelmente, os tais gestores (candidatíssimos) apregoam
providencias que nunca são tomadas, medidas que nunca são pensadas e atitudes
de flagrante desrespeito com a população. Tudo à cata do voto esperado voto.
Governadores se aproveitam da pandemia e tentam incluir no projeto de ajuda do
governo central, todos os absurdos cometidos, nos maltratados orçamentos, na
contratação excessiva de apaniguados, na concessão de obscenos aumentos
salariais e, claro, no já conhecido avanço aos cofres públicos.
Como se não
bastasse, agora superfaturam o número de mortos e infectados, de olho nas
verbas. Não surpreende a quantidade de casos, já descobertos pela Policia
Federal, com indícios de superfaturamento, na compra de equipamentos de
proteção. A PF já bateu nas portas das prefeituras de Aroeiras, na Paraíba, em
Manaus e no Ceará. 5.5 milhões foram apreendidos, em desvios da saúde, no
Maranhão. Na cidade de J. Pessoa, segundo os jornais locais, máscaras foram
adquiridas pelo dobro do preço. Nada surpreendente. A coisa é tão estapafúrdia,
que, no Senado, há um projeto que propõe dobrar as penas por desvio de recursos
públicos, em períodos de calamidade pública. Enquanto isso, funcionários
trabalham sem receber salários, conforme relato das UPAs e Clínicas da Familia,
no Rio de Janeiro.
É um somatório de incompetência que tem como resultado, a
multiplicação de cadáveres. Como a coisa só piora, a justiça decidiu liberar
prisioneiros, por conta do doença. Assim, o narcotraficante e chefe de
organização criminosa, Valacir de Alencar, condenado a 76 anos de prisão, foi libertado,
rompeu a tornozeleira e está por aí cometendo novos crimes. O Senado tentou
suspender a recomendação da soltura de presos perigosos, com um mandado de
segurança. A ideia foi rejeitada pelo Ministro Marco Aurélio Melo. As facções
devem estar soltando foguetes. O médico, Roger Abdelmassih, condenado a 173
anos, por estuprar centenas de mulheres, está agora na sua mansão, em prisão
domiciliar. Logo ali na frente está uma grave crise econômica nos esperando,
por conta dos necessários gastos com a pandemia.
Agora, a Câmara acaba de
derrubar a única exigência feita pelo governo, para a liberação de 60 bilhões
aos governos estaduais. Pretendia-se que o funcionalismo ficasse sem aumento de
salário, pelos próximos 18 meses. Não passou! Quem nunca pode perder o emprego,
também tem que ter os salários regiamente corrigidos, com o dinheiro de todos
nós, que pagamos a conta. Os outros que se arranjem sem emprego e claro, sem
dinheiro para sobrevivência sua e de seus familiares. É ultrajante!
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