terça-feira, 2 de novembro de 2021

 O ESPORTE E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

 

Por aqui, a gente já falou muito sobre liberdade de pensamento e de expressão, citando artigos da Constituição que defendem enfaticamente essas liberdades.  Temos agora, o caso do jogador, do Minas Tênis Clube e da seleção brasileira de vôlei, Mauricio de Souza. Ele apenas comentou, em suas redes sociais, que desaprova a entrada de um homem trans de 50 anos, com o dobro do tamanho das outras jogadoras, numa equipe de basquete nos Estados Unidos. Isto bastou para ser linchado em sua imagem com uma surra dada por seus detratores, com o apoio da Fiat e a Gerdau.

 Elas forçaram o Minas Tênis Clube, a rescindir seu contrato. O que se observa é uma espécie de patrulhamento do politicamente correto no ambiente corporativo. Mais uma vez, houve certa desconexão com o povo, porque imediatamente, Mauricio recebeu enorme apoio nas redes sociais. Ele tinha pouco menos de 200 mil seguidores no Instagram até o início da semana. Agora, demitido do clube, banido da seleção brasileira e execrado pela esmagadora maioria da mídia viu seu perfil explodir na plataforma da rede social, ultrapassando 1 milhão de seguidores em dois dias. Infelizmente, o patrulhamento digital não perdoa mais quem expressa suas opiniões, de acordo com suas convicções e suas crenças. Se está fora da cartilha dessa gente, deve estar fora do mundo, deve ser linchado, apedrejado, como se os linchadores fossem perfeitos, sem pecados. Os patrocinadores, Fiat e Gerdau demonstraram que atleta do Minas não tem o direito de pensar como cidadão livre – ou, então tem de esconder aquilo que pensa.

 O que, tristemente, se constata é a construção no Brasil, de uma máquina de repressão à liberdade, que parte do poder judiciário ou desses movimentos que se consideram politicamente corretos. Pena, mas as empresas agiram em desacordo, com os anseios da sociedade que não abre mão dos seus direitos à liberdade de expressão e pensamento. Deveriam recontratar o jogador.

Vicente Lino.

 

Um comentário:

  1. Não podemos nos calar diante de tamanha perseguição, mas o prejuízo para a Fiat foi de imediato. Vamos continuar resistindo.

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