Em 1964, o Brasil mergulhou em um período de profunda divisão. A mudança do regime, em 31 de março, cristalizou uma polarização ideológica que, de certa forma, molda a nossa sociedade até hoje. Cinquenta anos depois, ainda vemos o eco desses conflitos, com a sociedade brasileira fraturada entre extremos. A partir da década de 1980, tendo como protagonistas, o PSDB e o PT., a polarização aumentou. A entrada de Bolsonaro na Presidência da República, acabou por aprofundar, ainda mais, essa divisão do “nós” contra “eles”
É hora de reconhecermos que essa polarização nos aprisiona
no passado. Enquanto passamos tempo debatendo rivalidades antigas, deixamos de
lado a construção do futuro. Nosso país enfrenta desafios complexos que exigem
cooperação, não confrontação. Precisamos de um novo olhar, um que nos permita
ir além das trincheiras ideológicas e nos concentrar em pautas que realmente
importam. Como discutir, por exemplo, o
significativo aumento do número de ministérios, para beneficiar os
companheiros. Afinal, o governo operava
com 22 ministérios, no período de 2018 a 2022, apresentando uma redução de
10,5% nos gastos. Temos agora 39 ministérios e o custo total para o ano de 2024
foi de R$ 370,6 bilhões.
Em vez de discutirmos quem é "direita" ou
"esquerda", por que não focamos em como podemos criar um país mais
justo, equitativo e próspero para todos? Que tal unirmos esforços para combater
a desigualdade social que ainda assola nosso país? E se todos,
independentemente de suas convicções políticas, pudéssemos trabalhar juntos
para fortalecer a nossa democracia?
A busca por desenvolvimento, justiça e igualdade não deve
ser um tema de disputa, mas sim um objetivo compartilhado por toda a nação. A
história nos mostrou que a divisão só nos leva para trás. Para avançarmos,
precisamos de diálogo, tolerância e, acima de tudo, a capacidade de reconhecer
que nossas diferenças ideológicas não podem ser maiores do que nosso
compromisso com o bem-estar coletivo.
É hora de virarmos a página de 1964 e construirmos um novo
capítulo, onde o consenso sobre o progresso e a justiça social seja a nossa
principal bandeira. A polarização pode nos dar a sensação de pertencimento, mas
a união é o que nos tornará verdadeiramente grandes.
Vicente Lino